"Mickey 17" - os limites do ser humano

07-03-2025

O ser humano não deixa de ser uma fonte inesgotável de talento, sorte e de muita resiliência. Todavia somos também um ser fraco e por vezes incapaz de dar tudo o que tem.

Mickey 17 é uma história complexa, cheia de vicissitudes e muito por contar. O novo filme de Bong Joon-Ho mantém o traço de crítica social, que demonstrou em Parasite - o vencedor do óscar de melhor filme em 2020 e da Palma de Ouro em 2019.

A história começa pelo meio, uma espécie de in media res, e demonstra com clareza para o que vem. Mickey 17 não é mais do que a décima versão do Mickey, cada uma reimpressa depois de morrer, em que cada versão é testada ao limite das suas capacidades.

Mas não somos nós, seres humanos, não mais do que seres vulneráveis, frágeis e débeis. As limitações do ser humano não são impedimento para que Mickey seja testado em diferentes contextos, a fim do desenvolvimento científico.

Mickey é posto à prova ao longo do filme, sendo claramente uma cobaia em cada uma das suas versões. "A nossa vida é um castigo" diz Mickey durante um dos testes. Trata-se de um filme capaz de testar os limites do ser humano.

É um filme bem narrado, que sabe também manter os diálogos e os monólogos nos momentos mais adequados. Mas apercebemos de que é uma história que se quer apressar e não sabe manter o ritmo certo.

É uma obra capaz de nos agarrar, consciente da sua intenção de nos querer contar uma história. Bong Joon-Ho esteve à altura do desafio de criar um filme virado para a ficção científica, sem desprezar o seu próprio estilo e de deixar o seu toque pessoal.

Já Robert Pattinson, sendo a grande figura do filme, foi capaz de desempenhar um papel difícil e bastante doloroso, como se vão aperceber quando virem o filme. É uma performance cheia de talento e que nos agarra à história. É, sem dúvida, um dos seus melhores papeis.


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